quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Uma Poesia

...Caminharei os meus sapatos por Copacabana

Atrás de livro algum pra ler

no fim

de semana...

Vitor Ramil

E Porto Alegre, tem várias dessas Copacabanas

dos sapatos.


Às vezes dos meus.


Não consigo ser alguém

coletivamente o tempo todo.


Tem momentos que são meus.

E normalmente os “meus” são bem presentes,

aqueles que eu escolho livremente

sem amarras, sem pais, sem mais, sem deus


Só que tem um dos “meus” que é mais.

Tem um “dos meus” que é “minha”

que ocupa meu pensamento por demais

e, acho, até duvida do meu sentimento!

Tem um “dos meus” que é linda.


Por causa dela,

tenho saudades de quem não foi.

A vejo se esvaindo entre meus dedos

como a lágrima que pingou sobre as palavras,

calou a boca, inventou o verso, correu a bochecha

e salgou a linguagem.


Na flor prometida, no prazer vivido.


Minha rebeldia está mais madura,

Transgressões como um “baseado” ao pôr-do-sol

O caminhar sem placas e condicionadores de caminhos

Hoje, mais revelam que explicam.

O perigo é silencioso e clandestino.


É preciso estar apaixonado, alguém já disse...

E eu estou!

Sem jeito, sem flor...

Mas nunca fiz nada direito, é meu jeito!


Ela está me esvaindo pelos dedos...

E ainda duvida do meu sentimento


Cada dia é um pouquinho que, devagarzinho,

me faz falta.

E ela tem razão em dizer que esses momentos tem que ser vividos “juntinhos”.


A “minha” vai partir,

Eu vou chorar como quem sorri,

Isso só acontece porque o sentimento não tem razão.

Talvez por isso os românticos o atribuam

Ao coração.


O sentimento ajuda a descobrir

Que a melhor razão é a que

Pode se embriagar de emoção...

Por isso também o coração bate só.


Porque quando a razão vira saudade

Bate uma ponta de tristeza,

A mesma tristeza do coração

Que morre sempre depois da razão


A tristeza é coisa pra se experimentar só.


Meu momento ta no fim,

Logo queria vê-la correndo pra mim

Com aquele jeito que minha memória tratou de guardar.

Não consigo associar

Nada de ruim ao nosso conviver


Por isso choro de felicidade,

Choro de prazer

De ver a “minha” linda partir

De vê-la se arriscando a viver!

2 comentários:

Anônimo disse...

Poucas vezes temos certeza do que fazemos e na falta desta deixamos de fazer/sentir/dizer o óbvio.
Que belo poema que certamente esconde uma pessoa mais bela ainda. Viva a dialética. Só não tem medo de amar, aquele que sabe o que odiar.

Anônimo disse...

Uma maravilha de poema e uma merda de saudade.

C'est la vie.

Aprendi contigo.