...Caminharei os meus sapatos por Copacabana
Atrás de livro algum pra ler
no fim
de semana...
Vitor Ramil
E Porto Alegre, tem várias dessas Copacabanas
dos sapatos.
Às vezes dos meus.
Não consigo ser alguém
coletivamente o tempo todo.
Tem momentos que são meus.
E normalmente os “meus” são bem presentes,
aqueles que eu escolho livremente
sem amarras, sem pais, sem mais, sem deus
Só que tem um dos “meus” que é mais.
Tem um “dos meus” que é “minha”
que ocupa meu pensamento por demais
e, acho, até duvida do meu sentimento!
Tem um “dos meus” que é linda.
Por causa dela,
tenho saudades de quem não foi.
A vejo se esvaindo entre meus dedos
como a lágrima que pingou sobre as palavras,
calou a boca, inventou o verso, correu a bochecha
e salgou a linguagem.
Na flor prometida, no prazer vivido.
Minha rebeldia está mais madura,
Transgressões como um “baseado” ao pôr-do-sol
O caminhar sem placas e condicionadores de caminhos
Hoje, mais revelam que explicam.
O perigo é silencioso e clandestino.
É preciso estar apaixonado, alguém já disse...
E eu estou!
Sem jeito, sem flor...
Mas nunca fiz nada direito, é meu jeito!
Ela está me esvaindo pelos dedos...
E ainda duvida do meu sentimento
Cada dia é um pouquinho que, devagarzinho,
me faz falta.
E ela tem razão em dizer que esses momentos tem que ser vividos “juntinhos”.
A “minha” vai partir,
Eu vou chorar como quem sorri,
Isso só acontece porque o sentimento não tem razão.
Talvez por isso os românticos o atribuam
Ao coração.
O sentimento ajuda a descobrir
Que a melhor razão é a que
Pode se embriagar de emoção...
Por isso também o coração bate só.
Porque quando a razão vira saudade
Bate uma ponta de tristeza,
A mesma tristeza do coração
Que morre sempre depois da razão
A tristeza é coisa pra se experimentar só.
Meu momento ta no fim,
Logo queria vê-la correndo pra mim
Com aquele jeito que minha memória tratou de guardar.
Não consigo associar
Nada de ruim ao nosso conviver
Por isso choro de felicidade,
Choro de prazer
De ver a “minha” linda partir
De vê-la se arriscando a viver!
2 comentários:
Poucas vezes temos certeza do que fazemos e na falta desta deixamos de fazer/sentir/dizer o óbvio.
Que belo poema que certamente esconde uma pessoa mais bela ainda. Viva a dialética. Só não tem medo de amar, aquele que sabe o que odiar.
Uma maravilha de poema e uma merda de saudade.
C'est la vie.
Aprendi contigo.
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