A variabilidade da produção desse cara
deve ser alguns quadrados dos lucros daquele rico.
A variabilidade da produção dessa máquina deve ser nula.
[essa, inclusive, é a alma do corpo feio e funcional
que lhe corresponde]
E aquele rico pagou:
"Eu pago pra não me incomodar"
Diria ele, com os bolsos repletos
De orgulho individual, privado...
Repleto de vontade de potência,
De representação,
De Fetiche.
E a produção desse cara?
Não sei. Ninguém mais a viu
Disfarçou-se de cara e,
Por causa dela,
A variabilidade da produção desse cara
Se tornou nula pra ele.
Até mesmo ele acreditou!
[Essa, porém, não é a alma do corpo feio e funcional
que lhe corresponde]
"o rico está pagando cada vez menos
pela nossa variabilidade...
é que ele só sente
quando a gente, de fato,
a faz nula. [faz tempo que a gente não faz né?]
De uma forma simples
que a máquina não consegue fazer só
e só a gente não deveria fazer:
Variando nada e produzindo zero
Parados! Como as máquinas sem nós"
É que a variabilidade da produção desse cara
é muitos quadrados do lucro daquele rico.
Porque esse jeito injusto do lucro daquele rico
É a alma daquele corpo bonito e doente
que lhe corresponde.
Bernardo Corrêa - Esperando a Primavera de 2007
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